Mãe de autista larga carreira para se dedicar ao filho e consegue ‘criar’ lei de apoio à causa

O pequeno Gabriel, de seis anos, surgiu como um anjo na vida de Eva Ediane Joslin, 37. Moradora da Lapa, na região metropolitana de Curitiba, há três anos ela descobriu que o filho tem autismo, um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social da criança.


Depois que descobriu o autismo, ela resolveu largar a carreira para se dedicar exclusivamente ao Gabriel. “Eu escolhi lutar pelos direitos dele e também de todos que sofrem com esse transtorno. Me formei em Administração mas, por opção minha e apoio do meu ex-marido, parei de trabalhar para cuidar do meu filho. Hoje, a pensão que ele paga é suficiente para nos manter”, explicou ela.
Diferente da reação esperada pelos conhecidos e parentes, ela não deixou se abalar e decidiu investir no potencial de Gabriel. “Quando o médico me explicou o diagnóstico, muitas pessoas falaram que o meu filho estava condicionado a certas coisas, que ele não poderia mudar. E eu disse que não, que eu sabia que ele conseguiria conviver com as outras crianças e ter uma vida normal”, disse Eva em entrevista à Banda Bnesta segunda-feira (22).

Projeto de lei “Anjo Azul”

Eva aproveita o tempo livre para levar Gabriel para a escola e para as terapias, além de ajudar nas tarefas de casa e na interação com os amigos. Mas a luta não para por aí. Há cerca de três anos, ela apresentou na Câmara Municipal da cidade um projeto de lei para criar a Associação Lapeana de Apoio ao Autista Anjo Azul – que foi instalada em 16 de abril de 2012.

“Os vereadores aceitaram a ideia e hoje é lei. Todo dia 24 de junho é o data de conscientização da causa e, além disso, a prefeitura deve oferecer cursos de capacitação para que os professores aprendam a lidar com as crianças que possuem esse transtorno. A ideia é oferecer para os nossos filhos especiais algo que eles já têm por direito. Porque, infelizmente, nós ainda precisamos entrar na Justiça ou procurar o Ministério Público para conseguir serviços básicos”, completou Eva.

Hoje, Eva vê com felicidade todas as conquistas do filho, nas quais ela sempre acreditou. “O Gabriel convive com as outras crianças, pode brincar, correr, fazer tudo o que alguém da idade dele faz. Agora ele está sendo alfabetizado, com o auxílio dos desenhos que cria. O meu filho é o meu maior orgulho, meu anjo, que me transformou em alguém muito mais humana”, concluiu, emocionada.

 

Por Marina Sequinel e Antônio Nascimento (Banda B)

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